"Além do horizonte deve ter algum lugar bonito pra viver em paz " O Betão descansou. Ele estava precisando. A mamãe sabia disso.
Trabalhou, trabalhou, trabalhou. Ele gostava do que fazia. Do jeito dele, mas tinha orgulho do que produzia. O importante é que ele fazia.
Com dignidade, no seu momento, assumiu o leme desse barco chamado Serrãozada.
Fincou suas raízes, deu bons frutos e escreveu com giz no muro da vida a sua história.
Encostou a sua bicicleta cargueira de prestamista, tentou aposentar a sua "bucetinha" guerreira mas ela jamais abandonou ele. Bucetinha era a moto Honda ano 77 que ele chamava assim.
Das suas músicas do rei Roberto no volume suave, ao tremor de terra da batucada, tocou a sua palminha da época do estádio, fez barulho com o espanta cão e agora silenciou o seu tambor.
"E o batuqueiro é quem conduz essa magia traduzindo em harmonia no batuque do tambor.
E no compasso o coração veste o cansaço.."
De 14 de junho de 1955 até hoje muitas serestas foram dançadas, e agora o velho guerreiro de espírito jovem pediu licença dessa vida pra subir pro reino de glória da eternidade.
Aquí, o momento é de tristeza, mas fica a alegria e o orgulho de fazer parte do sangue do teu sangue.
Vai na paz, Betão!
"E deixa a poesia da toada te levar num eterno mundo de prazer "
Texto: Kedson Augusto Serrão (filho do professor)